27 de out. de 2016

Abre as portas da maior fábrica de mosquitos transgênicos do mundo

Pode ser a salvação, mas quais seriam os riscos?

A empresa inglesa Oxitec inaugurou nesta semana em Piracicaba, interior de São Paulo, a primeira e maior fábrica de mosquitos geneticamente modificados do mundo, com capacidade para produzir 60 milhões de mosquitos transgênicos por semana, em um novo esforço para combater o Aedes aegypti, principal vetor dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
O objetivo é reduzir a população do Aedes aegypti através da propagação de mosquitos que vivem menos tempo devido a uma modificação genética.

Saiba como funciona o mosquito transgênico

As salas amplas da fábrica de Piracicaba reproduzem o ambiente ideal de calor e umidade para a proliferação de mosquitos, desde a obtenção de ovos, larvas e pupas.
Os mosquitos que serão liberados são os machos da cepa "OX513A", desenvolvida pela Oxitec em 2002, enquanto as fêmeas serão guardadas para manter a reprodução.
Na natureza, esses machos acasalarão com fêmeas selvagens, e a prole, longe do ambiente controlado dos laboratórios, vai morrer antes de chagar à vida adulta, sem ter se reproduzido.
Ambientalistas questionam o método, argumentando que não há estudos de longo prazo sobre a liberação de insetos transgênicos nem estudos epidemiológicos sobre sua eficácia, mas a bióloga Karla Tepedino da Oxitec minimiza essas críticas.

"Um teste epidemiológico demora muito tempo", afirma à AFP.

"Há três fatores essenciais para a transmissão dessas doenças: os mosquitos, os vírus e os seres humanos. O que estamos fazendo aqui é eliminar o mosquito, que transmite o vírus. Acabamos com o vetor, acabamos com a doença", resume.

No Brasil, também serão postas em prática outras novas formas de combate ao mosquito.

Governos e filantropos anunciaram na quarta-feira (26) um plano para liberar em áreas urbanas - entre elas, o Rio de Janeiro -, a partir do ano que vem, mosquitos injetados com bactérias Wolbachia, que reduzem significativamente sua capacidade de espalhar o vírus da dengue, zika e chikungunya.

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